O ano de 2017 foi extremamente favorável para os consumidores do setor supermercadista, conforme apontou o IPS (Índice de Preços dos Supermercados), calculado pela APAS (Associação Paulista de SupermercadoS)/FIPE. No acumulado de janeiro a dezembro de 2017, a inflação dos supermercados registrou queda de 2,30% e atingiu o menor valor desde o início de sua medição, em 1994. Anteriormente, a retração mais baixa registrada aconteceu no ano de 1998, quando o índice apontou redução de 2,26%.
“Este resultado surpreendente é decorrente de dois fatores que eram apontados ao longo dos meses em 2017. Um deles foi a safra recorde brasileira no último ano, que superou todos os prognósticos. Este resultado principalmente nos grãos fez também com que os rebanhos bovino, suíno e aves fossem beneficiados com melhores preços para a ração por exemplo, o que ajudou na redução no preço das carnes”, explicou Thiago Berka, economista da APAS.
Segundo Berka, é preciso compreender como o consumidor brasileiro vem se comportando na crise. “Apesar dos dois anos de PIB negativo (2015 e 2016), foi em 2017 que o pico do desemprego ocorreu (13,7% da população economicamente ativa ou 14 milhões de pessoas no 1º trimestre). A redução do desemprego (com o resultado de 12%) foi alcançada apenas em novembro puxados pelo emprego informal, empregados domésticos e conta própria, sem resposta ainda do emprego com carteira assinada. Portanto o consumidor chegou em 2017 extremamente cauteloso, sem confiança e renda suficiente para gastar de forma a absorver a maior oferta no mercado alimentício”, concluiu.
Apesar do resultado animador para o consumidor em 2017, para o acumulado de 2018 a previsão da APAS é que os preços subam nos supermercados entre 3 a 4%. “O nível de emprego no Brasil continuará aumentando e com melhora nos empregados com carteira assinada na iniciativa privada o que vai tornar a demanda mais robusta e sustentável. Além disso, a safra brasileira de 2018 será excelente novamente, porém, não brilhará tanto quanto em 2017, com previsões de que seja 6% pior”, avaliou Berka.
Fonte: Abimapi |Agro Link