A mineira Santa Amália, líder no mercado regional de vendas de massas, está ignorando a crise econômica e fará um investimento de R$ 50 milhões neste ano. O montante será aplicado na modernização do parque fabril, instalado no Sul de Minas, no sistema logístico da empresa e em ações de marketing. O objetivo é repetir em 2016 o crescimento de 7% da produção alcançado em 2015, além de registrar expansão de dois dígitos no faturamento anual, sempre na mesma base de comparação. O índice não foi revelado.
“Apesar de o mercado estar em crise, não tiramos o pé do investimento, pelo contrário, vemos mais oportunidades para este ano do que qualquer outra coisa. Precisamos manter o ciclo de renovação e motivação da equipe e, para isso, continuamos investindo”, afirma o diretor de Marketing da Santa Amália, Felipe Abramides.
Dos R$ 50 milhões previstos para este ano, R$ 15 milhões serão aplicados em ações de marketing e o restante será dividido entre modernização da fábrica e melhorias no sistema de roteirização. Atualmente, a empresa conta com 1.400 empregados diretos, mil deles atuando na fábrica, localizada em Machado, no Sul de Minas.
Incrementar a linha de produtos premium também está nos planos da marca, que pertence ao grupo peruano Alicorp. De acordo com Abramides, o objetivo é que a Santa Amália se torne a melhor opção de compras do segmento no mercado nacional. “Lançamos a linha Speciale Grano Duro, pois acreditamos que a relação custo benefício não se baseia apenas em produtos com tíquete mais baixo. Hoje, nossos principais competidores são os importados. O que desejamos é ser a melhor opção de custo benefício para o consumidor brasileiro”, detalha.
Com foco no mercado interno desde 2013, quando deixou de exportar, a Santa Amália é líder em vendas de massas em Minas, com 43,9% de participação. A empresa tem filiais em Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Juiz de Fora (Zona da Mata), Montes Claros (Norte), além de Atibaia, interior paulista, Duque de Caxias, na baixada fluminense, e Serra, no Espírito Santo. Somente em Minas, Rio e Espírito Santo são mais de 25 mil pontos de venda.
O planejamento de 2016 inclui a expansão de mercado para municípios das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do País. “Estamos buscando expandir os negócios para as regiões mais próximas de onde atuamos. Não percebemos queda no mercado de massas; pelo contrário. Talvez nossa participação tenha impulsionado os resultados do setor”, afirma o diretor de Marketing.
Além disso, uma nova linha de misturas para bolo, com fórmula e embalagens novas, a extensão da linha de macarrões instantâneos, com duas novas versões – peito de peru e costela grelhada -, e molhos com embalagens upside down (recipiente com tampa na parte inferior) acabaram de chegar ao mercado.
Outra estratégia da Santa Amália é a parceria com o estilista Ronaldo Fraga, que desenvolveu uma estampa exclusiva para panos de prato colecionáveis. Ao adquirir quatro massas da Santa Amália, o cliente leva para casa um dos modelos. A associação da marca ao nome de um dos estilistas mais famosos do mundo deve impulsionar os negócios. Os produtos da ação, batizada de Amália Fashion Eat, estão disponíveis até o próximo mês nos pontos de venda.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos (Abimapi), as vendas de massas no Brasil sofreram um leve recuo no ano passado, frente a 2014, passando de 1,274 milhão de toneladas comercializadas para 1,260 milhão no intervalo de um ano.
Fonte: Diário do Comércio | Site Abimapi