O setor de balas e gomas de mascar fechou o primeiro bimestre do ano com um incremento de 0,6% no volume de produção, em comparação ao mesmo período de 2015. No intervalo, foram produzidas 54,8 mil toneladas. As informações são da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). De acordo com a entidade, apesar da melhora em janeiro e fevereiro, a perspectiva ainda é de retração do setor no ano.
No primeiro bimestre, o consumo de balas e gomas encolheu 1,3%, comparado ao mesmo intervalo de 2015, para 47 mil toneladas. O aumento da produção no período serviu para atender às exportações, que cresceram 10,4%, para 8,8 mil toneladas, e para compensar a queda nas importações de 8,3%, para 1,3 mil toneladas.
Mesmo com queda nas importações e no consumo, o desempenho do primeiro bimestre representou uma melhora em comparação ao ano de 2015, quando a produção do setor registrou uma queda de 3,6%, totalizando 392 mil toneladas. As exportações caíram 7,6%, para 67 mil toneladas e as importações caíram 12%, para nove mil toneladas. O consumo aparente no país encolheu 2,9% no ano passado, totalizando 321 mil toneladas.
“Não falta oferta, há um problema de demanda mesmo, as pessoas estão sem dinheiro. E sentimos a mesma coisa no mercado de chocolates”, afirma Getúlio Ursulino Netto, presidente da Abicab. O executivo acrescentou que, mesmo com uma pequena melhora no primeiro bimestre, está difícil para as indústrias recuperarem vendas. “A venda está duríssima. O grande volume de vendas vem das multinacionais, que têm vendas em supermercados. Para fabricantes nacionais o cenário está mais difícil”, acrescentou.
Ursulino informou ainda que os fabricantes tiveram um aumento médio de 20% nos custos de produção, com elevação na tarifa de energia, em combustíveis, mão de obra e insumos. Além disso, o aumento do dólar elevou o preço das matérias-primas químicas, agrícolas e embalagens.
“Os insumos estão subindo e a receita caindo. Nesse cenário, quem não tiver fôlego financeiro vai passar mal. As multinacionais pegam dinheiro com as matrizes no exterior, mas as nacionais pegam recurso com juro local. Teremos um quadro difícil neste ano”, afirmou Ursulino.
O setor de balas e gomas do Brasil reúne aproximadamente 15 grandes fabricantes, que geram cerca de 20 mil empregos diretos, de acordo com a Abicab.
Fonte: Jornal Valor Econômico/ Cibelle Bouças